GUELRA | Sílvia Real | 2018
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Guelra – Laboratório de Transcriação Coreográfica, é um laboratório transdisciplinar desenvolvido pela Arte Total desde 2012. Este laboratório funciona como residência artística que culminará com a organização do material produzido, numa apresentação pública final.
Muitas pessoas afirmam que não há racismo em Portugal, haverá racismo em Braga?
Infelizmente, rapidamente percebi que a cor da minha pele não era indiferente. Sou professora do 1º ciclo e sei o que é ouvir alguns encarregados de educação comentarem, em surdina, “não pode ser boa professora porque é negra”; “tinha que me sair a preta na rifa”; “fala muito bem para uma pessoa africana”. (…) Fui ouvindo estes e outros comentários, sempre calada. Acho que nós, os afrodescendentes, temos tendência a fazer isso. Calamo-nos. Calamo-nos até que aconteça algo que nos faça sentir tão humilhados que nos obriga a reagir.
A recolha de dados étnico-raciais é nacionalmente reivindicada há já vários anos por pessoas e coletivos que lutam contra o racismo estrutural, a discriminação racial e a xenofobia, e é também recomendada por vários organismos internacionais. Este será um passo importante no combate ao racismo e na resposta às desigualdades étnico-raciais na sociedade portuguesa.
O ponto de partida para esta residência será fazer um questionário ligado a este tema a algumas pessoas em Braga. O fluxo da escrita interfere sempre nos processos criativos de Sílvia Real e as palavras são uma espécie de gatilho. O objetivo será tentar trazer à luz a diversidade da população que, por vezes, é invisível aos olhos de uma cidade.
Muitas pessoas afirmam que não há racismo em Portugal, haverá racismo em Braga?
Infelizmente, rapidamente percebi que a cor da minha pele não era indiferente. Sou professora do 1º ciclo e sei o que é ouvir alguns encarregados de educação comentarem, em surdina, “não pode ser boa professora porque é negra”; “tinha que me sair a preta na rifa”; “fala muito bem para uma pessoa africana”. (…) Fui ouvindo estes e outros comentários, sempre calada. Acho que nós, os afrodescendentes, temos tendência a fazer isso. Calamo-nos. Calamo-nos até que aconteça algo que nos faça sentir tão humilhados que nos obriga a reagir.
Ariana Furtado, Público.
A recolha de dados étnico-raciais é nacionalmente reivindicada há já vários anos por pessoas e coletivos que lutam contra o racismo estrutural, a discriminação racial e a xenofobia, e é também recomendada por vários organismos internacionais. Este será um passo importante no combate ao racismo e na resposta às desigualdades étnico-raciais na sociedade portuguesa.
O ponto de partida para esta residência será fazer um questionário ligado a este tema a algumas pessoas em Braga. O fluxo da escrita interfere sempre nos processos criativos de Sílvia Real e as palavras são uma espécie de gatilho. O objetivo será tentar trazer à luz a diversidade da população que, por vezes, é invisível aos olhos de uma cidade.