nasceu em 1995 na Póvoa de Varzim e cresceu como a prima mais velha de sete raparigas, todas guiadas pela avó Graça, uma mulher firme e generosa que acreditava na importância de uma boa educação, mesmo que pensada para um futuro mais doméstico do que artístico.
Mas rapidamente abandonaram essa ideia e a Beatriz, depois de começar no ballet numa academia local, decidiu partir para Lisboa aos 14 anos para seguir a dança.
Formou-se na Escola de Dança do Conservatório Nacional, na Budapest Dance Theatre, no FOR Dance Theatre da Companhia Olga Roriz, na ESMAE e no ISCTE-IUL, neste último em sociologia. Como bailarina, cresceu ao lado de criadores como Olga Roriz, Jérôme Bel, Raimund Hoghe, Né Barros, Francisco Camacho, Mafalda Deville, Clara Andermatt, entre outros, encontrando em cada colaboração uma nova forma de afinar presença e escuta. Como coreógrafa, começou a construir o seu próprio universo com “VADO: solo sobre as coisas vazias” (2018), seguiu-se “NINA” (2019), “Self” (2021), “O que é um problema?” (2023) e “Vanishing” (2024), esta última em colaboração com Bruno Senune. Todas elas são obras que combinam corpo, memória, comunidade, efemeridade e deixam perguntas ao público, que é sempre o seu objetivo: questionar e não dar respostas fechadas.
A sua formação em sociologia abriu-lhe espaço para pensar a dança como ferramenta social e não apenas como objeto artístico, e é nessa consciência que desenvolve trabalho intenso com crianças e jovens, conduzindo oficinas, projetos escolares e iniciativas comunitárias, como o GruA — Grupo de Autonomia da ASAS de Santo Tirso e como Artista Residente no Plano Nacional das Artes.
Hoje compromete-se com a possibilidade de continuar a investigar, de fazer residências, de descobrir o seu corpo, de circular a sua obra, de aproximar públicos jovens e adultos e de construir comunidades que se apaixonam pelo movimento.